RIP LOU

Vídeo

Par ce rendez-vous d’automne (*)

Alou você que não tem nada pra fazer e vai pro Shopping beber. Não que eu não tenha nada pra fazer, mas no momento não me ocorre nada, ainda mais porque eu estou em Volta Redonda e tenho mais umas duas horas até dar o horário do meu ônibus pra São Paulo. Tenho vindo aqui com frequência, muito em virtude de meu curso de letras. Estas viagens Volta Redonda/Piraí têm me dados boas recordações, bons sentimentos. Não achei que iria ser tão assíduo assim, mas tenho gostado cada vez mais de sair da cidade grande, o tempo aqui é mais ameno, as pessoas, mais simpáticas.
Pois para minha felicidade descobri aqui no Shopping de Gotham City um quiosque de uma cervejaria artesanal, que aliás fabrica cervejas dos tipo que eu gosto (Ale, bem opacas, de preferência de alta graduação, ou trigo bem condimentada). E faz um petisco alemão bem honesto (se bem que nunca comi petiscos na Alemanha para fazer um juízo de valor. Mas comparados aos restaurantes tradicionais que eu fui, é bem próximo).
Os dias de prova que seriam de tensão estão sendo na verdade dias de descompressão da realidade cinzenta e chata de minha cidade. Pelo menos consigo abstrair de todos os meus eus e aqui eu sou apenas um estudante do segundo ano de letras. Quem diria, eu, professor licenciado de literatura?

(*) Fraçoise Hardy (1967)

 

And it all comes back to me (*)

Quase meio ano de inatividade por aqui. Não que eu não quisesse (pois é, estou ficando craque com confundir meus interlocutores com duplas ou triplas negativas, só pra forçá-los a pensar logicamente e ver se estão prestando atenção. Aprendi com o Pinóquio, no Shrek). Mas sempre outras coisas parecem ser mais urgentes, prioritárias em nossa vida, do que escrever num lugar que ninguém lê, só para desanuviar a mente de pensamentos aleatórios. Mas no caso, estes períodos têm sido menos comuns. Agora por exemplo. Deveria estar trabalhando, ou mesmo almoçando, ou estudando. Mas senti saudades deste exercício de escrever o que me passa pela cabeça, de contar um pouco sobre minha vida, minhas (muitas) frustrações, o cotidiano sem graça pra eu mesmo me ler e ver o quanto eu era ou continuo patético.

Neste quase um ano de inatividade, obviamente muitas coisas acontecem. Na verdade, já vinham acontecendo quando tive a esperança de recomeçar a escrever por aqui no final de 2011. Realmente mudei nesta virada, e mudei minha atitudes, meu humor, muitas coisas mesmo. Talvez um amadurecimento, ou uma noção de que o tempo está passando, e meu tempo no mundo também. Não tenho mais aquela mente adolescente de que tudo bem se eu morrer cedo, já que ninguém vai notar mesmo. Eu tenho uma noção melhor que a diferença na minha vida, só eu mesmo posso fazer, então virei mais um homem de ação de que de pensamentos.

Por isso desejo-me boas vindas de retorno. Isso é importante para mim.

(*) Tudor Lodge – 1971

 

V-A-C-A-T-I-O-N

In the summer sun!

 

Férias, remuneradas finalmente!! Depois de sei lá, uns anos. Pois é, pena que acabaram esta semana, mas depois de muito tempo pude acordar tarde, viajar, sem me preocupar com nada a não ser se irei ter câncer de pele depois de tomar tanto sol. Pode-se dizer fui de sul a norte do país. Na verdade passei pelo Rio Grande, Porto Alegre, depois Canela e Gramado. Fui pra Piraí depois pro Rio pra fazer minhas provas finais e visitar o Pão de Açúcar. E por que fez record de frio em São Paulo, fui pra Maceió torrar no verão eterno.

Então é isso. De volta à labuta, filhos da pátria. E começar a contagem regressiva. Onze meses para as próximas férias.

And you know She is Half Crazy…

…. That´s why you want to be there

Inside outside leave me alone (*)

Tem coisas que eu penso e não consigo falar para os outros. Nem mesmo postar no Tuíster ou no CaraLivro. Porque as pessoas reais podem ver que eu sou uma pessoa muito mas muito da ruim. Mas….. é pra isso que eu ainda tenho isto aqui. Seguem meus insights cheios de preconceitos. 🙂

***

Estive num casamento em dezembro. E notei uma coisa. Os casamentos hoje em dia são uma coisa brega. Mas muito brega mesmo. Haja coragem. Você basicamente paga um mico na frente de todos os seus amigos e familiares, todos vão reclamar da comida de alguma forma, as mulheres irão criticar a roupa das outras e os homens vão reclamar da falta de bebida. Sem contar a parte de “festa” com as mesmas brincadeirinha e coisinhas compradas na vinticincodimarço e a mesma bandinha brega tocando as mesmas músicas de karaokê. Bom, tem gente que goste, mas é só uma observação.

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Não tem coisa mais boçal que sair “na balada”. Não que eu não seja um boçal também e não vá pra estes lugares, mas é uma coisa meio sem lógica. Normalmente tem pouca luz, ou uma luz estroboscópica que pode te causar convulsões, bebidas superfaturadas, gente bêbada, pessoas fúteis e o som tão alto que não permite a simples comunicação ou conversação com seus amigos. Acho que eu vou somente para manter o mínimo de contato social com alguns amigos, mas acho que já estou ficando velho pra estas coisas.

***

Eu sinto raiva do gosto musical das pessoas. Sim, é uma coisa muito pessoal, mas acho que o estilo musical que você gosta é determinante para minha classificação mental entre indivíduo minimamente suportável e completo e desprezível imbecil. Pessoas que tem som automotivo potente ou celular com autofalante estridente são sempre as que gostam de funk, sertanejo ou Michel Teló. Exibicionismo puro e estúpido do seu gosto musical ruim e limitação intelectual. É o mesmo tipo de gente que diz que vai pra micareta, pra facu, e posta tudo no feice.

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No mundo online, existem duas categorias de gente que eu detesto. Pessoas no Facebook e comentadores de notícias. Pois é. É só deixar as pessoas exprimirem suas opiniões, e vemos o lixo de humanidade em que vivemos. Todos são donos da verdade, moralmente superiores, mais inteligentes, mais cultos, melhores, etc.. Vide eu mesmo com esta postagem. 😛

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Acho que é por isso que não tenho amigos.

(*) 5:25 – The Who 1973

I´ve got nothing to say (*)

Três meses sem nada por aqui. Parece até que eu ando relapso.

E ando mesmo. Mas já que as coisas não vão melhorar mesmo… Nem sei porque estou escrevendo isso aqui. Acho que pra fazer algum volume a mais de lixo digital no mundo.

Não que eu não tenha escrito nada. Minha caixa de rascunhos está cheia, mas acho que não tenho nada que valha a pena publicar e criar mais lixo digital, ainda mais porque a maioria perdeu a validade ou mesmo está no modo draft. Novidades e idéias sempre temos, mas preguiça de sentar e escrever também.

Viajando muito nestes últimos tempos. Trabalho, estudo, fuga, tudo de uma vez, mas ainda assim, espero uma outra oportunidade. Nem sei se gosto ainda de escrever por aqui neste tom mal humorado, eu acho que sou mais engraçado do que eu pareço por aqui. (É que ninguém vê minha cara, essa sim engraçada.. :P)

Bom, acho que a minha tarefa do que tecnicamente chamamos no trabalho de Sausage Filling (ou enchimento de linguiça, na linguagem lusófona). Não esperem novidades (na verdade é pra não criar expectativas, hohohoho).

(*) The Strokes – “Ask me anything”, not….

You’re with me every single day, believe me (*)

Quase ia me esquecendo que este espacinho aqui faz mais um aninho. Já são cinco anos, meia década que eu escrevo ainda aqui. E ele vai sobrevivendo, neste mundo de comunicação instantânea de status em 140 caracteres. O meu último refúgio online. Onde ainda posso escrever atrás de um quase anonimato, posso falar mal das pessoas, posso ser mais eu mesmo eu acho. Um refúgio das pessoas reais, pois imagino que meus dois leitores sejam imaginários.
Não tenho escrito muito no último mês depois da retomada, mas no caso foi por excesso de coisas acontecendo que não me permitiram escrever tudo aqui, pelo senso de autopreservação digital. Mas estou mais tranquilho e feliz como não ficava há meses, ou mesmo anos. E enquanto for assim, vamos sobrevivendo.

(*) Days – Kinks

I’m ashamed of the person I am (*)

Eu estou tentando sair do meu casulo depois de um longo inverno. Pelo menos estou tentando sair mais da rotina casa-trabalho-casa-trabalho-casa. Voltei a me programar pra ir semanalmente no cinema, preferencialmente ao final da noite, quando as salas estão mais vazias e não tenho que conviver com outras pessoas. Acho que estou ficando velho rabugento mesmo, não suporto as pessoas, acho que por isso tinha desistido um pouco de voltar a ver meus filminhos. Não tinha uma sessão sem um celular que toca, ou um alguém iluminando o ambiente respodnendo SMS no celular, ou ainda um sem noção pesquisando o iPad no meio do filme. Eu realmente acho que as pessoas são mais mal educadas hoje em dia, talvez seja reflexo desta cidade nada acolhedora que mastiga, engole e regurgita as pessoas. Talvez eu esteja mais amargo mesmo pra me importar com isso, e antigamente isso não me incomodava tanto.

Consegui ver alguns filmes na Mostra (alguns realmente muuuuito ruins), mas eu sinto ter pago uma dívida comigo mesmo. Sempre fui em pelo menos um filme. Tenho algumas provas.

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34a. Mostra – Não fui. Estava muito deprimido pra sair da minha cama. O mais triste é que evitei tudo sobre ela, não li sobre os filmes, tudo pra não ter a tentação de sair de casa. É só ver minhas postagens de uma ano atrás pra ver isso. Como sou ridículo!

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Isso é meio um TOC. Vou tirar fotos das telas de todas as mostras que eu for. Meio como o personagem do Harvey Keitel em Cortina de Fumaça, que tirava fotos diárias da mesma paisagem na janela. No meu caso pelo menos, tiro só uma por ano.

 

(*) Isolation, Joy Division – Many times the song of my life…

Underdog…..

Mas é cada coisa que me acontece. Mas não reclamo não. Senão não teria nada pra escrever por aqui. Até parece que faço estas coisas de propósito para ter algum assunto, tipo aqueles escritores que fazem laboratórios se metendo em confusões com uma turminha do barulho só pra ter inspiração pra fazer roteiros para a Sessão da Tarde. Mas juro que eu não forço nada disso. Hoje o di começou cedinho, pra um aprazível exame clínico, uma endoscopia digestiva, pessoas enfiando canos e câmeras minha goela abaixo enquanto eu ficava num estado semi-sedado. Por mim se passaram uns 15 minutos de exame, mas segundo minha mãe que me acompanhava, passaram-se quase uma hora em que fiquei na poltrona de recuperação. Em fico mutcho loco em endoscopias, mas já fiz tantas que deveria estar acostumado. Voltei pra casa, e me recuperei dormindo mesmo. Só voltei ao meu estado menos insano lá pelo meio dia. Trabalhei um pouco e só depois me dei conta que meus pais viajaram enquanto eu dormia. Estou só e livre no mundo até sabe-se lá quando – na verdade, liguei pra minha mãe e eles voltam no sábado.

Não sei se mencionei antes, mas estamos na semana em que não tenho vida social. É a semana em que eu encarno o louquinho do cinema, assistindo duas ou três sesssões por dia na Mostra. Então resolvi ir no cinema logo após o horário do trabalho, e como estava em casa-escritório, já arrumei duas sessões, uma era às 19:00 e a outra começava 21:47 (sim, era esse horário quebrado que constava na programação). Peguei o outro carro da família, já que era meu rodízio, e lá fomos nós como a bruxa do Pica-Pau.

Deixei num estacionamento fora do Shopping onde fica o cinema, visando pagar menos pois nele se cobrava por valor fi o, ao invés de horas corridas como no Shopping. Grandíssimo erro! Acontece que o segundo filme que era pra começar 21:47 atrasou, e esta sessão foi justamente aquela em que o diretor do filme e o produtor são apresentados, e fazem um pequeno discurso cada, com direito à tentativa de tradução simultânea. O filme confesso que foi realmente bom, mas ele só terminou lá pela meia-noite-meia. E eu descobri que o estacionamento funcionava só até meia noite e não tinha mais ninguém lá pra me liberar o carro. E que eu deixei a chave de casa dentro do carro. Fuuuuuuuuu!

Acontece que, sem ninguém em casa e sem querer importunar ninguém mais, nem minha tia nem minhas irmãs que a esta hora dormem já em fase REM, estou aqui, em um hotelzinho de quinta com freqüentadores suspeitos, sendo o único que achei vaga, pois tive medo de dormir na rua ou no sofá do hall social do prédio, tão inconformado comigo mesmo que tenho que desabafar, postando do telefone. é, agora me lembrei que tem um abrigo municipal no Viaduto Pedroso aqui perto… Mas pelo menos aqui posso dormir e roncar à vontade, sem perturbar nenhum colega homeless.

Só sei que vou é fazer homeoffice amanhã também. Não vou ter cabeça pra ir buscar o carro no estacionamento de metrô, voltar pra casa pra tomar banho e trocar de roupa e viajar até a Vila Alfa de novo. é que eu quero evitar a fadiga.

(*) Sly and family stone

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